Corporalidade do ator: a experiência como influência na criação

  • Sara Jobard Universidade Federal da Bahia
  • Ciane Fernandes Universidade Federal da Bahia

Resumo

O pensamento cartesiano nos conduziu a uma organização fracionada do trabalho
do ator. Ainda separamos técnica corporal e vocal, treinamento físico e
interpretação. No último século, no entanto, os artistas cênicos têm investido em
métodos que trabalham a corporalidade, ou unidade corpo/mente/espírito, como as
técnicas da Educação Somática, por exemplo. A visão holística, trazida das
tradições orientais, influencia no trabalho de criação dos intérpretes e está formando
artistas mais preparados, com uma propriocepção bem desenvolvida e,
consequentemente, uma melhor relação espacial. Além disso, a nova geração de
estudos cognitivos nos mostram que a experiência influencia na construção da
subjetividade, o que interfere diretamente no processo criativo. A experiência é
formada por cada vivência do ser humano e registrada em sua memória, de modo
muitas vezes inconsciente, norteando as escolhas do indivíduo, sua forma de agir,
pensar e até se movimentar. Diante desse fato, é de grande valia, para os
intérpretes, trabalhar uma técnica que desenvolva sua corporalidade, considerando
que as memórias impressas em si são grande influência na criação.

Referências

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Patrícia Kuypers. Tradução de Joana Ribeiro e Marito Olsson-Forsberg. In:O

Percevejo Online. Periódico do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas

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NAJMANOVICH, Denise. O sujeito encarnado. Rio de Janeiro: Editora

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Seção
Processos de Criação e Expressão Cênicas