Uma construção cênica a partir do teatro Bunraku

  • Gustavo Henrique Lima Ferreira Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Maria Helena Braga e Vaz da Costa Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Resumo

Esta comunicação tem por objetivo abrir um diálogo entre a cena no teatro de
bonecos Bunraku e uma possível construção cênica contemporânea. O teatro Bunraku,
tradicional arte cênica japonesa, se fundamenta na conjunção de três artes distintas: a
narrativa cantada joruri, a música do shamisen, instrumento musical de três cordas, e a
manipulação de bonecos. Este teatro apresenta uma estrutura regida por fortes
convenções, que se faz presente desde sua complexa dramaturgia até sua composição
cênica, como no uso das cores e na própria forma do palco. A partir destes elementos
será discutido como características de uma arte secular podem ser retrabalhadas,
baseando-se na ideia de profanação, proposta por Giorgio Agamben, ao assumir a
existência de um sagrado, nesse caso o Bunraku, e, ao entrar em contato com ele, abri-lo
para um novo uso. Esse novo está na reapresentação dos elementos desse teatro num
outro contexto, dentro de uma cena contemporânea.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Profanações. Tradução Selvino José Assmann. São Paulo: Boitempo, 2007.

BARTHES, Roland. O império dos signos. São Paulo SP: Martins Fontes, 2007.

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KUSANO, Darci. Os Teatros Bunraku e Kabuki: Uma Visada Barroca. São Paulo: Perspectiva, 1993.

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Seção
Territórios e Fronteiras da Cena