Paisagens artificiais: notas sobre montanhas

  • Ines Linke Universidade Federal de São João del-Rei

Resumo

Este trabalho busca realizar um mapeamento das diferentes noções de
paisagem presente no campo das artes, ao mesmo tempo em que apresenta
as possibilidades e limites da representação da natureza. A origem desta
analise encontra-se vinculada ao transito entre Land Art e cenografia e se
alicerça sob a forma das paisagens construídas e imagens da natureza
existentes no teatro, assim como no campo das artes visuais e do urbanismo.
Atualmente, os simulacros da natureza se tornaram cada vez mais comuns e
os impactos dessas praticas implicam outras mudanças. Inicialmente, elas
influenciam nosso imaginário, transformado a percepção que temos das
paisagens, gerando nostalgia de lugares vividos e de paisagens inexistentes.
Em seguida, encenam-se modelos fundamentados em nossa subjetividade.
Imagens da memoria assentadas na experiência estética e imaginativa de
cada pessoa. As paisagens artificiais geram imagens que apontam para a
estranheza da existência e a mobilidade do universo. Desta forma, além da
discussão da temática “Tempos de memoria”, o trabalho tem por propósito
contribuir com as reformulações conceituais acerca das abrangências da
cenografia.

Referências

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Seção
Territórios e Fronteiras da Cena