O que une cinema, pintura e um óculos com flor de renda no lugar das lentes?

  • Mariana Terra Universidade Federal da Bahia
  • Ciane Fernandes Universidade Federal da Bahia

Resumo

O presente artigo busca apontar possíveis conexões entre os efeitos gerados
pelo uso de um objeto artístico criado pela autora para pesquisa prática no
mestrado acadêmico (um óculos - denominado Óculos de Ver Pouquinho)
com certos aspectos que assemelham cinema e pintura, denominados pelo
autor Jacques Aumont (2004) como “efeitos de quadro”. Esse objeto (Óculos
de Ver Pouquinho) é uma proposição de alteração dos modos de olhar do
público durante intervenções urbanas, já que materiais variados são
aplicados na construção de suas lentes. São utilizados relatos de pessoas
que experimentaram esses óculos para as argumentações propostas, visto
que revelam, a partir de percepções visuais, indícios recorrentes: a
fabricação de entornos, caractetísticas de mediação integradora e ao mesmo
tempo separadora do ambiente observado, bem como questões simbólicas
ligadas à estatutos da arte e dos dispositivos (ou, a quebra deles). A partir
dessas aproximações, parece possível apontar ligações com o conceito de
“quadro-objeto” argumentado por Aumont (2004). Encontram-se afinal,
características que unem esses meios tão diferentes – cinema, pintura e um
óculos com flor de renda no lugar das lentes.

Referências

AUMONT, Jacques. O olho interminável (cinema e pintura). São Paulo:

Cosac Naify, 2004.

FERNANDES, Ciane. Imagem somático-performativa: força, conexão e

integração. Comunicação. In: IX Colóquio Franco Brasileiro de Estética:

Imagem e Corpo Performativo.Escola de Belas Artes da Universidade

Federal da Bahia, setembro de 2012.

MESQUITA, André. Insurgências Poéticas. Ed. Annablume/Fapesp. São

Paulo, 2011.

NELSON, Lisa. Before Your Eyes: Seeds of a Dance Practice. Contact

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Seção
Territórios e Fronteiras da Cena