O Teatro da Morte de Tadeusz Kantor e, A Morta de Oswald de Andrade - processo, memória e morte

  • Thais Helena D’abronzo

Resumo

Este trabalho revela modos de abordagem da memória e da morte, no espaço
da cena teatral, em relações entre os processos de criação do encenador
polonês Tadeusz Kantor, especificamente, no período do Teatro da Morte
(1975-1990) e, o texto A Morta (1937), de Oswald de Andrade. A cena do
Teatro da Morte é regida por um mecanismo de construção fortemente ligado a
memória e a morte, e que se aproxima da obra A Morta, na presença e
manifestação de aspectos da morte e, de certa revelação biográfica. O
comportamento poético do trabalho desses artistas situa-se num jogo de
realidades e ficções; isso compreende tanto a reflexão sobre princípios da
linguagem teatral, quanto à reflexão/recriação de si mesmo. Sabe-se que
Tadeusz Kantor e Oswald de Andrade são artistas de distintos contextos
históricos, políticos e artísticos; tal aproximação revela proximidades e
distâncias que nos permite a reflexão de abordagens biográficas e, de modos
de presença da morte no jogo teatral, no entendimento da dimensão
pessoal/afetiva ligada a investigação poética da linguagem cênica e dramática.

Referências

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Seção
Territórios e Fronteiras da Cena