A década de 1970 e as possibilidades de construções, atuações e protagonizações femininas na palhaçaria

Resumo

A importância da presença e atuação feminina nas histórias do circo pode ser
identificada nas diversas construções de memórias do público e nas diferentes
formas de organização do trabalho circense. No entanto, em relação às várias
construções da palhaçaria, percebeu-se que este era um campo de atuação
masculina, sendo rara, durante muito tempo, a presença e atuação feminina
nesta dramaturgia, que passaram a ser visualizadas em decorrência das
transformações no modo de organização do trabalho do circo itinerante de lona
(chamado de “tradicional”), diminuição destes espaços de produção circense,
fixação dos itinerantes nas cidades, entre várias outras razões, que resultou em
processos distintos de produção da linguagem circense, entre as quais, o que
se considera um dos mais importantes: o surgimento das escolas de circo no
Brasil e no mundo a partir da década de 1970. A partir destas instituições, foi
possível visualizar as construções do feminino do palhaço. Dos dados obtidos
através de algumas referências bibliográficas e orais, percebeu-se ainda, o
diálogo entre esta presença e atuação feminina na palhaçaria e as diversas
conquistas femininas adquiridas em outros campos da sociedade a partir do
século XX.