Quando a dança é jogo

  • Márcia Duarte Pinho

Resumo

Esta investigação tem como objeto a criação em dança fundada em
princípios elementares do jogo, aplicado não só como recurso para a geração de
material criativo (improvisação), mas também incorporado como engrenagem e
elemento estruturador da composição coreográfica, tornando-a assim
permanentemente aberta às novas proposições. Esta concepção de obra como o
exercício do jogo impõe à atuação do intérprete/dançarino a condição de reagir
em cena à situação presente, no aqui e no agora, demandando uma ação que
responda à possibilidade do acaso, do efêmero e do imprevisível. Essa
experiência evidencia a força da corporeidade cênica gerada pelas relações e
situações implicadas nos jogos criados para a cena, os jogos-cena, definidos
como estruturas de composição regidas por um conflito imaginário, situado em
espaço e tempo próprios, oferecendo aos jogadores liberdade para atuar sobre
uma gama de possibilidades imprevisíveis de ação, delimitadas por regras e
norteadas por uma progressão dramática objetivando a produção de sentido e
significados, abrindo outra perspectiva para a compreensão da noção de atuação
do intérprete–jogador.

Referências

BRANTES, Eloisa. Performance e espetacularidade através do Reisado do Mulungu. Tese de Doutrado, UFBA, Salvador, 2005.

BURNIER, Luís Otávio. A arte do ator: da técnica à representação. Campinas: Unicamp, 2001.

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ROMANO, Lúcia. O teatro do corpo manifesto: teatro físico. São Paulo: Perspectiva, 2005.

SPOLIN, Viola. Improvisação para o Teatro. Tradução de Ingrid Dormien Koudela e Eduardo José de Almeida Amos, São Paulo: Ed. Perspectiva, 1992.

Seção
Pesquisa em Dança no Brasil: Processos e Investigações