Experimentação, através da Dança, do Processo de Cisão sofrido por Nijinsky com base na Psicologia Analítica de Jung

  • Adriana dos Santos Teixeira Barcellos
  • Elisabeth Bauch Zimmermann

Resumo

Este trabalho é o resultado de uma transformação do processo de criação com base na
compreensão do processo de esquizofrenia vivido por Nijinsky a partir da ótica da
Psicologia Analítica.
Nijinsky foi um coreógrafo que provocou violentas reações com suas obras, indo além de
uma construção estética. Em suas coreografias é possível observar elementos simbólicos
que indicam uma aproximação com o universo inconsciente, contato este que, somado a
questões pessoais, pode ter contribuído para a instalação do processo esquizofrênico.
Jung em sua teoria, a Psicologia Analítica, descreve o inconsciente como uma dimensão
em que se originam os mitos, símbolos e arquétipos. Construindo a personalidade e
relacionando-se com o coletivo, o inconsciente é capaz de gerar comunicações com o
universo arcaico (arché – principio) em diferentes gradações de força e (des)
estruturação.
A pesquisa coreográfica se afastou dos métodos e modelos de criação estabelecidos,
numa tentativa de se orientar pela força criadora do inconsciente, utilizando alguns
elementos da Psicologia Analítica no Processo de Criação Artística.

Referências

GRINBERG, L. P., 1997, Jung: o Homem Criativo. São Paulo: FTD.

NIJINSKY, R. Nijinsky. São Paulo: José Olympio, 1948.

NIJINSKY, V. O Diário de Nijinsky. Rio de Janeiro: Rocco, 1985.

NIJINSKY, V. Cadernos: o Sentimento. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1998.

REISS, F. A Vida de Nijinsky. Lisboa: Estudos Cor, 1958.

SHARP, D. Léxico Junguiano. São Paulo: Cultrix, 1991.

ZIMMERMANN, E. Notas de aula da disciplina 'A dimensão do Inconsciente na expressão simbólica da Arte', Programa de Pós – Graduação em artes, UNICAMP, 2003.