A Dançatar: Estratégias para uma Autopoiésis Feminina
Resumo
O artigo propõe uma possibilidade de Autopoiésis Feminina a partir do queintitula a Dançatar, com base numa pesquisa observacional de experiências
profissionais realizadas com um grupo de mulheres. A abordagem parte dos
arquétipos das figuras mitológicas de Eva e Lilith, apontando-as como
oposições assumidas e ressignificadas na figura da Santa Mãezinha do período
colonial brasileiro que ainda marcam os conflitos da mulher atual. Levanta
como problema motivador a necessidade da autoconstrução feminina como
resposta aos desafios e solicitações da contemporaneidade. A fundamentação
se apoia principalmente em Maturana e Varela, Carl G. Jung, Jacques Derrida,
Gilbert Durand, Michel Maffesoli, Zygmunt Bauman, David Le Breton e Mary
Del Priore. Como resultado, assume que a Dança tem um potencial desvelador
que faculta à mulher encontrar seus rastros e suas identificações por meio de
suas narrativas corporais. Ao final são apresentados os Princípios da Dançatar.
Referências
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