Considerações sobre o papel do “artista facilitador” no campo do teatro em comunidades
Resumo
Este texto pretende refletir sobre as relações entre teatro e comunidades noâmbito dos projetos artísticos e sociais desenvolvidos em favelas do Rio de
Janeiro, investigando, especialmente, o papel do “artista facilitador”. A partir de
três estudos de caso, grupo Nós do Morro (Vidigal), Cia. Marginal (Complexo da
Maré) e o grupo Código (Japeri), o texto lança luz sobre um aspecto fundamental
para o desenvolvimento de um processo de criação baseado na dinâmica do
teatro pela comunidade: a atitude dialógica adotada pelos “artistas facilitadores” na
relação com os grupos comunitários. A intenção original dos três exemplos
estudados partiu do desejo de criar uma cena comprometida com a ética e a
estética das comunidades. Este compromisso foi materializado no palco em forma
de obra artística, nascida do processo colaborativo estabelecido entre os “artistas
facilitadores” e os jovens moradores da favela.
Referências
BRECHT, Bertolt. O Teatro Dialético. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967.
COUTINHO, Marina Henriques. A favela como palco e personagem e o desafio da comunidade-sujeito. Tese de Doutorado (2010). Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 32a. ed. 2002.
NOGUEIRA, Márcia Pompeo. Teatro e Comunidade. In: FLORENTINO, Adilson e TELLES, Narciso. (Orgs.) Cartografias do Ensino do Teatro. Uberlândia: EDUFU, 2009. pp. 173-183.
PRENTKI, Tim. Contra-narrativa, ser ou não ser: esta não é a questão. In:
NOGUEIRA, Márcia Pompeo (org.). Teatro na Comunidade: Interações, Dilemas e Possibilidades. Florianópolis: UDESC, 2009. pp. 13-36.