Considerações sobre o papel do “artista facilitador” no campo do teatro em comunidades

  • Marina Henriques Coutinho

Resumo

Este texto pretende refletir sobre as relações entre teatro e comunidades no
âmbito dos projetos artísticos e sociais desenvolvidos em favelas do Rio de
Janeiro, investigando, especialmente, o papel do “artista facilitador”. A partir de
três estudos de caso, grupo Nós do Morro (Vidigal), Cia. Marginal (Complexo da
Maré) e o grupo Código (Japeri), o texto lança luz sobre um aspecto fundamental
para o desenvolvimento de um processo de criação baseado na dinâmica do
teatro pela comunidade: a atitude dialógica adotada pelos “artistas facilitadores” na
relação com os grupos comunitários. A intenção original dos três exemplos
estudados partiu do desejo de criar uma cena comprometida com a ética e a
estética das comunidades. Este compromisso foi materializado no palco em forma
de obra artística, nascida do processo colaborativo estabelecido entre os “artistas
facilitadores” e os jovens moradores da favela.

Referências

BRECHT, Bertolt. O Teatro Dialético. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967.

COUTINHO, Marina Henriques. A favela como palco e personagem e o desafio da comunidade-sujeito. Tese de Doutorado (2010). Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO.

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