O Feminino Grotesco: propostas subversivas em Doroteia, de Nelson Rodrigues
Resumo
Este artigo apresenta uma reflexão acerca da presença do grotesco na peçaDoroteia, de Nelson Rodrigues, como um fenômeno estético, cuja abordagem,
associada às expressões hiperbólicas, exageradas e irônicas das personagens
resultaria numa proposta artística de subversão das padronizações que
normatizam e definem o feminino dentro das estruturas de poder dominantes.
O texto se desenvolve em um diálogo com a filósofa Judith Butler, que promove
discussões acerca do gênero partindo de um viés político e filosófico. Para
investigar a dinâmica da relação entre o feminino e o grotesco — dois
conceitos apresentados no artigo — a discussão encontra suporte nas
considerações de Mary Russo sobre o tema. Os caminhos estéticos escolhidos
para abordar estes dois conceitos foram definidos por meio da encenação de
Doroteia, através das propostas subversivas presentes no texto de Nelson.
Referências
BRANCO, Lúcia Castelo. O Que é Escrita Feminina. Coleção Primeiros
Passos, São Paulo: Editora Brasiliense, 1991.
BUTLER, Judith. Problemas de Gênero: Feminismo e Subversão de
Identidade. Trad. Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
MAFFESOLI, Michel. No Fundo das Aparências. Petrópolis: Editora Vozes, 3ª ed., 2005.
RUSSO, Mary. O Grotesco Feminino – risco, excesso e modernidade. Rio de
Janeiro: Rocco, 2000.
SODRÉ, Muniz; PAIVA, Raquel. O Império do Grotesco. Rio de Janeiro:
Mauad, 2002.
Seção
Processos de Criação e Expressão Cênicas