Disponibilidade para a Improvisação: um Paralelo entre as Ideias de Arthur Lessac e Steve Paxton

  • Márcia Donadel
  • Silvia Balestreri Nunes

Resumo

Falar sobre criação parece envolver a mesma urgência e perturbação com que
se entra em cena para tentar vivê-la. O que está em jogo, em ação quando um
ator cria? Como entramos em disponibilidade tal? Naquele momento único,
singular, situado no único tempo-espaço em que vivemos: agora, aqui? Este
momento pode figurar-se em improvisação. Assim, as circunstâncias dadas
parecem ser: atores com seu passado/memória-presente, intensidades que
atravessam e os milésimos de segundo entre a decisão de agir e a ação em si.
Neste contexto, este artigo propõe um paralelo entre os gaps of awareness
pensados por Steve Paxton e o conceito de instintivo e natural, trabalhado por
Arthur Lessac, pesquisas nas quais a busca pelo acesso às sutilezas do fazer
“sem saber” podem ser a chave para as descobertas.

Referências

LESSAC, Arthur. Body Wisdom: the use and training of the human body. New

York, NY: Drama Book Specialists, 1990.

PAXTON, Steve. Drafting Interior Techniques. CQ/CI Sourcebook. Contact

Editions, V. 18, pp. 255-257, 1993.

ROLNIK, Suely. “Pensamento, corpo e devir: uma perspectiva

ético/estético/política no trabalho acadêmico”. Cadernos de subjetividade. São Paulo, v.1, n. 2 set./fev. 2003.