A Meditação como Possibilidade Criativa para o Performer

  • Tania Alice Feix

Resumo

Este trabalho consiste em pensar as possibilidades oferecidas pela prática da
meditação (shamata) para o performer que trabalha com intervenções urbanas
e/ ou modalidades de atuação fora do regime de representação tradicional,
dentro da perspectiva de construção de uma “cultura de paz” (Lama Padma
Samten). A prática da meditação é pensada como uma ferramenta existencial
que oferece novas possibilidades para a construção do ser, construção esta
que passa uma possível reprogramação neuronal, que, por sua vez, permite
uma ampliação da liberdade de escolha do performer diante das experiências e
vivências cotidianas. Neste sentido, a meditação é também vista como um
treinamento possível para o performer, na medida em que gera uma presença
e capacidade criativa intensificada e o libera de uma forma de atuação
condicionada no mundo, permitindo a construção de novos territórios criativos,
fundamentais para o século XXI.

Referências

ARDENNE, Paul. Un art contextuel. Création artistique en milieu urbain, en situation d’intervention et de participation. Flammarion: Paris, 2002.

BREFCZYNSKI-LEWIS, LUTZ, A., SCHAEFFER H.S., LEVINSON D.B. e

DAVIDSON R.J. Neural correlates of attentional expertise in long-time

meditation. Pesquisa realizada pelo W. M. Keck Laboratory for Functional

Brain Imaging and Behavior, Medical College of Wisconsin, University of

Wisconsin, Madison, Department of Radiology, West Virginia University,

Morgantown e o Department of Psychology, University of Virginia,

Charlottesville. Publicado pela Columbia University, New York, 2007.

BOURRIAUD, Nicolas. Estética Relacional. Trad. Denise Bottmann. São

Paulo: Martins Fontes, 1998.

CERTEAU, Michel de. L’invention du quotidien. Gallimard: Folio Essais,

CUNHA, Maria Isabel (org.). Pedagogia universitária: energias

emancipatórias em tempos neoliberais. São Paulo: Junqueira e Marin, 2006.

GOSWAMI, Amit. O ativista quântico. Trad. Marcelo Borges. São Paulo:

Editora Aleph, 2010.

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Produção de presença – o que o sentido não

consegue transmitir. Rio de Janeiro: Editora PUC Rio, 2010.

LAMA PADMA SANTEN. Meditando a vida. São Paulo: Editora Peirópolis,

LEHMANN, Hans-Thiess. O teatro pós-dramático. Trad. Pedro Sussekind. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

PORTO, Rochele Resende. “Para além do ensaio: a meditação tibetana no

processo de criação cênica”. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas) –

Instituto de Artes do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, UFRGS, Porto Alegre.

RINPOCHE, Mingyur Yongey. A alegria de viver. Trad. Cristina Yamagami. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2007.

TRUNGPA, CHOGYAM. Dharma et créativité. Paris: Editions Seuil, 1999.

WALLACE, Allan e SHAPIRO Shauna. Mental Balance and Well being –

Building bridges between buddhism and western psychology. Revista American psychologist. Santa Barbara: publicação do Santa Barbara Institut for Consciousness Studies, 10/2006.