Compartilhamento das Percepções Passadas e das Atuais na Experiência Estética

  • Valeska Figueiredo
  • Marília Vieira Soares

Resumo

Este trabalho parte da ideia de que a experiência estética é uma experiência de
compartilhamento. A relação entre criadores, intérpretes, espectadores, obra e
mundo se caracteriza pela conexão recíproca de todos entre si. Para perceber
esteticamente, é preciso recriar experiências passadas a fim de que elas
integrem um novo padrão. Este mecanismo ocorre tanto no processo de
criação quanto no de fruição. Na percepção estética, o presente não está
desvinculado do passado, em vez disso, o passado se transpõe para o
presente, expandindo-o e aprofundando-o. A estruturacão cênica deve estar
absolutamente imbricada ao processo criativo. Para se constituir como
experiência estética, uma criação não deve estar vinculada a escolhas
predeterminadas. O que se tem inicialmente são apenas possibilidades a
serem experimentadas. O inesperado é uma condição. É possível aprender
com o próprio trabalho, observando a construção daquilo que não compunha o
projeto e o objetivo inicial. Uma criação artística deve ser reconstruída até
atingir o seu próprio fim, isto é, a consumação do seu processo.

Referências

DEWEY, John. Arte como experiência. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

ECO, Umberto. Obra aberta: forma e indeterminação nas poéticas

contemporâneas. São Paulo: Perspectiva, 2010.

LOUPPE, Laurence. Poétique de la danse contemporaine: la suite.

Bruxelles: Éditions Contredanse, 2004.

SETENTA, Jussara. O fazer-dizer do corpo: dança e performatividade.

Salvador: EDUFBA, 2008.