Entre o perene e o transitório na dança: Corpo, memória e novos repertórios para a cena contemporânea
Resumo
“Nunca se viu um corpo: o que se vê são homens e mulheres. Não se vê corpos”.Seguindo esse pensamento, em consonância com o sociólogo Le Breton (2006, p. 24) é
possível atentarmos para o risco que corremos quando comumente utilizamos o referente
“corpo”, sem, no entanto o questionarmos, numa demonstração de omissão do homem que
encarna o corpo. No contexto da dança, esse risco se propaga no momento em que há a
concepção de um corpo funcional; “instrumento de trabalho” que deve estar pronto, treinado, refém muitas vezes das rubricas do autor, dos códigos pré-estabelecidos e das marcações cênicas historicamente definidas. Contudo, apresentamos aqui uma aproximação
epistemológica e vivencial do corpo na dança a partir de um outro canal, isto é, o da
condição existencial do ser-que-dança.
Referências
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
ALVES, Teodora. O que dizem os corpos quando dançam? Por uma consciência cênicovivencial. In TOMAZZONI, Airton et all. Algumas perguntas sobre dança e educação. Joinville: Nova Letra, 2010.
ALVES, Teodora. Herdanças de corpos brincantes: saberes da corporeidade em danças afro-brasileiras. Natal,RN: EDUFRN. Editora da UFRN, 2006.
COURTINE, Jean J.;CORBIN, Alain; VIGARELLO, Georges (Orgs). História do corpo: as mutações do olhar. O século XX. Vol. 3. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
LE BRETON, David. A sociologia do corpo. Petrópolis, RJ: Vozes: 2006.
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
NAJMANOVICH, D. O sujeito encarnado – questões para pesquisa no/do cotidiano. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.