A morte como poética no teatro de Tadeusz Kantor

  • Wagner Francisco Araujo Cintra

Resumo

Desde os primórdios da civilização, a angústia da morte criou a crença na
imortalidade através da aceitação do sobrenatural e da admissão do divino e do sagrado
como verdade fundamentada na fé. No teatro de Tadeusz Kantor, a morte é elevada à
condição de elemento estético e é um processo criativo que nada tem de sobrenatural. A
morte em Kantor significa conquistar outra dimensão na qual a arte se institui como
realidade sensível e, ao mesmo tempo, desconhecida por estar oculta dos sentidos. Nesse
caso específico, o teatro de Kantor dialoga com Malévich em que se observa a morte, que
é o elemento substancial da sua poética, interpretada no contexto da arte abstrata.

Referências

HEIDGGER, Martin. Ser e Tempo. Petrópolis: Vozes, 2006.

KANTOR, Tadeusz. Ma Crèation, mon voyage. Commentaires intimes. Paris: Editions Plume, 1991.

SCHARF, Aaron. Suprematismo. In. Conceitos da arte moderna. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.

SCARPETTA. Guy. Kantor au présent. Arles: Actes Sud, 2000.

Seção
Teorias do Espetáculo e da Recepção