A Traviata: transgressão e marginalidade na Sambópera de Augusto Boal

  • Clara de Andrade e Souza

Resumo

O presente trabalho é uma análise do último espetáculo de Augusto Boal em formato
convencional, A Traviata, de 2002, que se insere no gênero denominado por ele de
Sambópera. A partir do caráter “marginal” do teatro de Boal na história do teatro brasileiro,
tece-se uma relação entre esta marginalização e aquela em que o diretor se encontrava ao
tentar se reintegrar ao meio teatral, após 15 anos no exílio. A pesquisa do processo de
transposição da ópera de Verdi para o olhar político de Boal e sua recepção na crítica
teatral, possibilitou criar um diálogo com as reflexões de Bertolt Brecht sobre a renovação da ópera e o uso da música no teatro épico. A Traviata então poderá ser vista como mais um sinal da condição do diretor em se ver permanentemente exilado do meio teatral brasileiro.

Referências

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VIGNOLI, Jayme. Em entrevista a Adriana Pavlova. In: Jornal GLOBO de 24/01/2002. Arquivo Biblioteca Nacional.

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Brecht, Bertolt. “Acerca da música –gesto”. In: Estudos sobre teatro. Tradução de Fiama Pais Brandão. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005, p. 238.

BOAL, Augusto. “A Traviata, a Sambópera e os Ensaios Abertos de Verdade!”. In: Projeto – A Traviata – SambÓpera, 2001. Arquivo Augusto Boal – UNIRIO.

Idem.

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HELIODORA, Barbara. “Para que serve uma sambópera”. In: O Globo, 2/02/2002. Arquivo Biblioteca Nacional.

BOAL, Augusto. “Óculos escuros”. Carta aos participantes de A Traviata, 2002. Arquivo Augusto Boal– UNIRIO.

BOAL, Augusto. Texto para o programa de A Traviata, 2001. Arquivo Augusto Boal – UNIRIO.

Seção
Estudos da Performance