Arte da Presença: por uma estética da existência em Sonia Mota
Resumo
Desde o inicio do século XX, diversas experiências em dança trazem em si anoção de um espaço intracorporal, animada por uma diversidade de ritmos neurológicos,
orgânicos, afetivos. Tais experiências encontram paralelo com experimentos científicos, que
assinalam, sobretudo, uma ligação íntima entre percepção e mobilidade. Para Rudolf Laban,
o primeiro dever do bailarino é desenvolver um “saber-sentir”. Talvez imbuída desse “sabersentir”, em ressonância com a compreensão do espaço intracorporal, a composição solística se destaque como um dos fenômenos mais importantes da dança moderna – seja na dança “natural” de Isadora Duncan, a dança de “expressão”de Mary Wigman, a dança “espiritual” de Ruth Saint Denis ou mesmo a dança “grotesca” de Valeska Gert. É nesse contexto que traremos à discussão a corporeidade dançante de Sonia Mota.
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