Pistas e vestígios da dança afro em Goiânia
Resumo
No século XX, a indignação dos negros foi se transformando em reivindicações políticas organizadas a partir do Movimento Negro, que, entre outras coisas, defendia a afirmação étnico-racial e a valorização da herança africana na sociedade nacional. Nesse contexto, as atividades culturais tiveram grande importância para a mobilização política e a (re)construção de uma perspectiva de identidade negra. Principalmente, a música, o teatro e a dança mostravam-se como expressões artísticas capazes de propagar esses ideais. A partir de 1945, a afirmação da identidade e consciência negra ecoa no universo da dança, através das danças que se convencionou chamar de Dança Afro. Então, a Dança Afro-brasileira opera num território de confluência entre a dança espetacular e a cultura afro-brasileira. De um lado, a dança pensada para o espaço do palco e baseada em princípios técnicos oriundos da dança moderna, sobretudo norte-americana; e de outro, as danças de roda, festas e rituais religiosos. Essa proximidade com as culturas tradicionais e um entendimento valorativo de desprestígio da cultura afro-brasileira em relação a uma suposta “cultura erudita” fizeram com que a Dança Afro fosse invisibilizada na história da dança moderna brasileira. Nesse sentido, pretendemos, no presente artigo, apresentar alguns elementos históricos da Dança Afro na cidade de Salvador e Rio de Janeiro e apontar algumas pistas e vestígios da chamada Dança Afro na cidade de Goiânia.
Referências
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