A cidade, o erro e a dança: atualizações estéticas da presença

Resumo

O presente artigo consiste em um recorte da pesquisa de mestrado em Artes Cênicas pelo PPGArC/UFRN e aborda a temática do corpo que erra por meio da dança na cidade enquanto possibilidade de atualização estética do espaço. A linguagem de improvisação aparece aqui como um recurso compositivo cujos arranjos ocorrem no ato de sua apresentação pública, ou seja, seu caráter imprevisto é o mote para criação e organização de sequências no momento presente. Improvisar no movimento e errar pela cidade são atividades que contam com o acaso para atribuição de qualidades aos espaços e gestos, qualidades estas que não se estabilizam e constantemente recebem novas intenções e significados, são efêmeras e não têm um fim previsto devido ao caráter mutável dos atos de improvisar e errar. O corpo que erra, por sua vez, é vivo, estesiológico e atento. Conta com seus sentidos e percepção para criar em tempo real. Tomando como metodologia a Fenomenologia merleaupontyana, tem-se a relevância deste em proporcionar discussões sobre a vivência estética da cidade pelo erro em forma de dança e sua possibilidade de criação de novas formas de compreender o espaço e o mundo.