Outros espaços: a escola praticada cenicamente
Resumo
Este artigo é um recorte do percurso que esta pesquisadora vem traçando em seu doutorado no campo da Pedagogia do Teatro, cujos interesses se voltam para o fazer teatral e os atravessamentos cotidianos no espaço da escola pública. Provocada pelo movimento dos praticantes do espaço escolar e a compreensão deste como um terreno desafiante para o fazer teatral, a autora convida a pensar a escola pública praticada cenicamente, inventando outros espaços dentro de um lugar estabelecido, apropriando-se do que o contexto escolar nos oferece, num fazer coletivo que se move nas (im)possibilidades e (im)previsibilidades desse lugar, criando espaços de troca e fazendo dela um lugar praticado por todos. Sendo assim, na intenção de inventar esses outros espaços e, também, provocar outros olhares sobre a escola e a ação docente em Teatro, apresenta uma ação realizada com crianças da Educação Infantil de uma Escola Pública Rural no interior do Tocantins, em que lança algumas discussões acerca da prática teatral na escola, em diálogo com o conceito de Heterotopias de Michel Foucault, apoiada por outros estudiosos/as, como Silvio Gallo, Alfredo Veiga-Neto, Michel de Certeau e Marina Marcondes Machado. Por fim, destaca-se que a imersão desta pesquisa na realidade da escola, tem buscado olhar para este lugar e despertar outras possibilidades de pensá-lo e escrevê-lo, estando em seu próprio chão.
Referências
CASTRO, Edgardo. Vocabulário de Foucault - um percurso pelos seus temas, conceitos e autores. Tradução: Ingrid Müller Xavier. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2016.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano 1: artes de fazer. 20ª ed. Tradução de Ephrain Ferreira Alves. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
DAYRELL, Juarez. A escola como espaço sócio-cultural. In: DAYRELL, Juarez (Org.). Múltiplos olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1996.
FOUCAULT, Michel. Estética: literatura e pintura, música e cinema (Ditos e escritos III). Organização e seleção de textos, Manoel Barros da Motta. Tradução: Inês Autran Dourado Barbosa - 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.
FOUCAULT, Michel. O corpo utópico, as heterotopias. São Paulo: n-1 Edições. 2013a.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 41ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013b.
FREIRE, Madalena. Educador, educa a dor. 6ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2017.
GALLO, Silvio. Deleuze & a educação. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
GALLO, Silvio. Pensar a escola com Foucault: além da sombra da vigilância. In: CARVALHO, Alexandre Filorde; GALLO, Silvio. (org). Repensar a educação: 40 anos após vigiar e punir. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2015.
MACHADO, Marina Marcondes. Só rodapés: um glossário de trinta termos definidos na espiral de minha poética própria. Revista Rascunhos. Uberlândia, v. 2, n. 1, p. 53-67, jan./jul. 2015. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/rascunhos/article/view/28813. Acesso em: 30 nov. 2018.
MACHADO, Marina Marcondes. MAPEIE-SE! E busque de modos criativos de ser e estar no mundo para relacionar-se com a artisticidade das crianças. Revista TEATRO: criação e construção de conhecimento. Palmas, v.4, n.5 , p. 14-22, jan/jun. 2016. Disponível em: file:///C:/Users/renat/Downloads/2372-Texto%20do%20artigo-12887-2-10-20160726.pdf. Acesso em: 30 nov. 2018.
VEIGA-NETO, Alfredo. Espaços, tempos e disciplinas: as crianças ainda devem ir à escola? Texto para o Simpósio Espaços e tempos escolares, no 10º ENDIPE, Rio de Janeiro. 2000. Disponível em: http://www.lite.fe.unicamp.br/cursos/nt/ta5.4.htm. Acesso em: 30 nov. 2018.