“Abre-alas”: um olhar propositivo sobre novas abordagens de criação para a dança frevo

Resumo

este artigo desenvolve uma reflexão sobre a relação entre o Frevo enquanto dança, e a criação artística a partir de um olhar propositivo a respeito de outras abordagens para essa dança, a partir de seu estudo artístico e histórico. Pensando e propondo outros caminhos de estímulo à criação em dança, especificamente o frevo, que não seja limitada a modelos pré-estabelecidos e enrijecidos no tempo, o objetivo deste artigo é estudar e experimentar o frevo a partir do que somos hoje e como no tempo presente dialogamos com paradigmas em relação à criação artística no frevo. Compartilharemos um pequeno processo de criação, estimulado a partir de uma imagem, e nossa percepção do processo e das transformações dessa dança. O tempo é entendido aqui como irreversível, Prigogine (1988), e pensamos a história dentro de uma perspectiva não linear, Albuquerque (2009). Colocamos em diálogo conceitos como: espaço, lugar, memória e narrativas enviesadas, trazidos por, Canton (2009), e que são estímulos para criação em dança. Para isso, nosso entendimento de tradição dialoga com as demais percepções trazidas, por pensarmos a tradição como algo mutável e que não está enrijecida e fixada no tempo. Com esse artigo intencionamos fomentar e estimular o pensar e fazer frevo considerando hoje aspectos dessa dança de mais de cem anos, entendendo suas transformações e percebendo que as coisas não surgem do nada, espontaneamente. De alguma maneira algo foi acionado como estímulo propulsor, por isso consideramos, no ato criador, um lugar de potencializar, desenvolver e construir um espaço de afirmação e responsabilidade de fazer frevo.