Corpo universo: uma poética das constelações compositivas

Resumo

O presente trabalho visa relatar, refletir sobre a metodologia de construção e criação da poética cênica intitulada Corpo-Universo: uma poética das constelações compositivas, monólogo resultante da pesquisa de mestrado que ora se encontra em curso. O processo criativo cênico e de escrita se alicerça inicialmente em sete Verbos Potência, quais sejam Orbitar, Treinar, Revisitar, (Des)Fragmentar, Constelar, (Re)Corporificar e Corpo-Universalizar, que assumem sentidos únicos dentro da pesquisa (LIMA; XAVIER, 2016). Estes verbetes desenham um caminho e uma lógica pensados em sua concepção, a partir da metáfora onde o corpo é o centro de um sistema espacial e as experiências/vivências tidas ao longo da vida teatral deste pesquisador/ator são astros e corpos celestes que o orbitam. Estes planetas, cometas e estrelas pertencentes a este corpo-universo tornam-se a matéria prima para a criação de um novo processo criativo cênico, onde a metodologia de trabalho e pesquisa é mergulhada na fenomenologia, pois o fazer e a experimentação partem, primeiramente, das imagens poéticas despertadas pela memória e pelo sentir do pesquisador (BACHELARD, 1988), considerando a tomada de consciência do mesmo frente ao fenômeno da construção e atuação cênica, que é potencializado pelo treinamento psicofísico “O Estado de ser do ator” (SIMIONE, 2014) como prática contínua e rigorosa que permeia o trabalho do ator. A articulação entre as práticas mencionadas resultou em quatro das oito cenas criadas para o final do trabalho ora desenvolvido na pesquisa, já rematadas, e outras quatro estão sendo desenhadas dentro do processo metodológico guiado pelos verbos. O resultado concludente deste processo ainda está, em acompanhamento à visão metaforizada da do universo e suas constelações, no outro lado do buraco negro que ora o pesquisador atravessa dentro do âmbito de práticas teatrais, mas tudo aquilo (re) corporificardo mostra que vivências, em termos das artes cênicas, podem ser capturar um passado repleto de força e sustentação, envolver-se em um presente em contínua maturação, fruto da reflexão e principalmente, e colimar um futuro pleno de possibilidades como fonte à criação.