Corpos da cena contemporânea: virtuose, violência e autoria

Resumo

A pesquisa em curso apresenta um recorte que revisa o apuro conceitual experimentado em práticas cênicas, analíticas e formativas. Dedicada a refletir os processos criativos, destaca a propulsão autoral alcançada a partir de impulsos variantes, versando sobre assinaturas singulares impregnadas e expressas de/em dado contexto sócio-coletivo. Apresentando uma abordagem sobre procedimentos de treinamento que visam emancipar o estudante-performer, a análise verifica o modo de apropriação da técnica, das experiências vividas e do pensamento, promovendo um movimento pendular entre corpo-movimento-estética e corpo-conceito-autoria. Fundamentada nas filosofias da diferença, na fenomenologia, nas teorias teatrais e na vivência empírica da dança e do teatro, a imersão conceitual antecipa possíveis métodos de trabalho e apreensão do corpo cênico contemporâneo. O conceito de ator-menor, inspirado na literatura menor observada em Kafka por Deleuze e Guattari, e no Manifesto de Menos, obra de Deleuze sobre a prática de Carmelo Bene, conduz a análise. Trata-se de perseguir forças autorais, linhas de fuga de territórios identitários na tentativa de rastreamento de forças individuantes, quando é possível autor-izar o performer à criação sobre sua matéria-expressiva: corpo. A violência como condição para a aprendizagem é premissa do método explorado, derivada de um necessário trabalho sobre o olhar, a percepção e a sensação, modos de existência perante a técnica e o exercício do pensamento.