Dança, árvores e uma coreopolítica em espaços públicos

  • Ricardo Alvarenga Ribeiro Universidade Federal de Uberlândia

Resumo

Este artigo propõe reflexões sobre dança contemporânea e performance em espaços públicos considerando seus potenciais estético-políticos de provocação de dissensos. Partindo de considerações sobre o trabalho Hominidae, operação artística em que ocupo árvores em centros urbanos tramando-as com fios brancos e habitando-as por cerca de 10 horas ininterruptas, proponho enlaces entre relatos das experiências ativadas nas cidades de Belo Horizonte, Curitiba, Maceió, São Paulo, Natal e Uberlândia – considerando peculiaridades das situações e acontecimentos; e a noção de “coreopolítica” encontrada em André Lepecki (2011) afirmando a simultaneidade entre a arte e a sua força política específica, sua capacidade de reinvenção do corpo, dos sentidos e dos afetos. Tal trama pretende ressaltar potencialidades artísticas de criar novos modos de existir, de experienciar o corpo e a cidade e de produzir conhecimentos segundo a capacidade da dança em teorizar os contextos sociais onde emerge.

Biografia do Autor

Ricardo Alvarenga Ribeiro, Universidade Federal de Uberlândia
Professor Substituto da Universidade Federal de Uberlândia. Artista de corpo e de imagem.

Referências

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Seção
Poéticas descoloniais no espaço urbano/público - ocupações, deambulações, intervenções no espaço urbano/público