Corpo Fronteira: breve cartografia de um processo de pesquisa entre a dança e a Saúde Mental

Resumo

Este trabalho é parte de uma pesquisa de doutorado em andamento que propõe uma reflexão sobre um modo de intervenção artística no campo da Saúde Mental. Situa-se na intercessão entre dança e clínica, considerando ambas as práticas como disparadores de experiências e dispositivos para a criação de estratégias de invenção de si e invenção de modos de existência. Nesse sentido, tal pesquisa se propõe a fazer uma cartografia dos processos criativos experimentados nesta prática/intervenção, explorando alguns procedimentos da dança com referências na técnica Klauss Vianna, buscando investigar as reverberações desta experiência como possíveis condutoras a outros territórios corporais e subjetivos, tentando apreender as sutilezas deste trabalho naquilo que o faz mais delicado: a possibilidade de criar outros corpos para habitar a loucura, além de afirmar outros modos de cuidar no contexto da Saúde Mental. Pretende-se articular a discussão desta prática como campo expandido das artes performativas por compreender que tal experiência permite explorar um modo de fazer/pensar a prática da dança no contexto social, produzindo processos criativos implicados na produção de si como arte do vivido.