Repercussão: considerações sobre a videoperformance

Resumo

Este artigo trata de questões que emergem a partir da feitura da  videoperformance Repercussão realizada em março de 2021. A performance consistiu em tocar alfaia na praça de Vila Nova acompanhada de uma playlist de funk 150 BPM transmitida em uma caixa de som. Esta praça fica a cerca de 50 metros da minha casa num espaço familiar de encontros, diálogos e afetos. A discussão sobre a presença da câmera como dispositivo está presente atravessada pela leitura de Giorgio Agamben (2005). A noção de pertencimento e intimidade com o espaço permeia o texto tendo em vista a proximidade da minha casa do local da ação. O programa da ação propôs uma aproximação entre as estéticas do funk e maracatu, o que abre perspectivas para pensar periferia e negritude a partir do conceito de reexistência de Ana Lucia Silva Souza (2021) e de corpo-dança afroancestral de Sandra Haydée Petit (2015).

Biografia do Autor

Laís Castro dos Santos, Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ
Mestranda no Programa de Pós Graduação em Dança na UFRJ sob orientação da Profª Drª Tatiana Damasceno. Sua pesquisa acadêmica e artística se relaciona com os cruzamentos do audiovisual e a subjetividade periférica. É artista da dança e arte-educadora licenciada em Dança pela UFRJ.
Tatiana Maria Damasceno, Universidade Federal do Rio de Janeiro- UFRJ

 É coreógrafa, intérprete e docente nas graduações em Dança e no Programa de Pós-Graduação em Dança do DAC-EEFD- UFRJ. Doutora em Artes Cênicas pela UNIRIO (2015). Mestrado em Ciências da Arte pela UFF (2003). É coordenadora da NUDAFRO Cia de Dança Contemporânea da UFRJ.

Referências

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Publicado
2021-12-16
Seção
O Afro nas Artes Cênicas: performances afro diaspóricas em uma perspectiva de decolonização