Ator Contador: Farejando as Pistas

  • Thardelly Pereira Lima UFRN

Resumo

Esta pesquisa em andamento está sendo feita nos confins do Seridó, na Fazenda Tronco, no pé da serra de mesmo nome, distancia de cinco léguas da cidade de Serra Negra, já no Município de Pombal, (PB). Registrando depoimentos de pessoas que conhecem histórias de vida e caçadas de Cazuza Sátiro o matador de onças e tentando entender de onde vem essa força imagética tão presente nessas historias, nesses contadores, e que mexe tanto com nosso imaginário. Fizemos um estudo de campo sobre o Ilustre caçador, apresentando seus feitos, ditos heroicos pelo povo daquela região. A segunda etapa narro minha excitante caçada, farejando as pistas, uma a uma, sertão adentro numa tentativa de ficar cara a cara com a fera. Cada historia narrada abre um leque imaginário de infinitas possiblidades de imagens, cores, lugares, sons, ambientes, personagens. Uma verdadeira máquina propulsora de massagear a imaginação, sem usar cenários, figurinos, ou qualquer outro recurso cênico, onde armo meu acampamento para preparar meu ultimo esturro. Este consiste na criação cênica desse contador a partir dos experimentos práticos sobre as principais teorias estudadas, contemplado oprocesso de montagem, a partir do material coletado, dos cordéis encontrados e do contato com narrativas de caçadores. Essa experiência será incorporada ao texto teatral e à encenação desseator-contador.

 

Biografia do Autor

Thardelly Pereira Lima, UFRN
Artes cênicas

Referências

BACHELARD, Gaston. A água e os sonhos: ensaio sobre a imaginação da Matéria. São Paulo, 1997.

BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na idade media e no renascimento: o contexto de François Rabelais. Editora Hucitec. São Paulo, 1987.

BENJAMIN, Walter. O narrador. In: Magia e Técnica, arte e politica. São Paulo: ed. Brasiliense, 1999.

BROOK, Peter. A porta aberta: Reflexões sobre a interpretação e o teatro. Trad. Antônio Mercado. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2002.

BURNIER, L. O. A arte de ator. In: Revista do Lume, nº 2. Campinas: Lume, 1999. p. 10-11

BUSATTO, Cléo. Contar & encantar: Pequenos segredos da narrativa. Rio de Janeiro: Vozes, 2003

CAMPBELL, J. O poder do mito. São Paulo: Palas Athena, 1990.

DURAND, Gilberto; O imaginário: ensaio acerca das ciências e da filosofia da imagem. Rio de Janeiro, 2004.

FO, Dario. Manual Mínimo do Ator. Organização Franca Rame. São Paulo: Senac, 1998.

MACHADO, Regina. Acordais – Fundamentos teórico-poéticos da arte de contar histórias. São Paulo: DCL 2004

MATOS, Gislayne Avelar; SORSY, Inno. O ofício do contador de histórias: perguntas e respostas, exercícios práticos e um repertório para encantar. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. xix, 192 p.

RICOEUR P. Tempo e narrativa. Tomo I. Campinas: Editora Papirus; 1994.

SARTORI, Donato e Piizzi, Paola. A Máscara teatral na arte dos Sartori, da Commedia dell’arte ao Mascarento Urbano. Rio de Janeiro: Grafitto Gráfica e Editora, 2008.

SISTO, Celso. O misterioso momento: a história do ponto de vista de quem ouve (e também vê). In: GIRARDELO, Gilka (org.). Baús e chaves da narração de histórias. Florianópolis: SESC-SC, 2004. p. 82-93

VENEZIANO, Neyde. A cena de Dario Fo: O exercício da imaginação. São Paulo: Códex, 2002.

ZUMTHOR, Paul. Introdução à poesia oral. São Paulo: Hucitec, 1997.

Publicado
2018-03-19