Teatro e cultura

  • Carminda Mendes André Universidade Estadual Paulista

Resumo

Na atualidade uma das motivações para educadores no trabalho com a arte tem-se baseado na realidade da desagregação social que nos afeta diariamente. Desagregados não mais nos identificamos com uma identidade tal como, por exemplo, a de nação; não mais nos sentimos inseridos em uma comunidade – a família se resume cada vez mais aos pais e irmãos -. Tal situação  nos torna cada vez mais indiferentes aos outros que, por sua vez, se tornam estranhos. Tais sentimentos (ou ausência deles) ajudam a enfraquecer a solidariedade. É o que chamamos individualismo. No entanto, o princípio que afirma ser o homem um ser social, que afirma que o homem sozinho adoece, ainda parece ter sentido entre nós. Afirmamos isso porque estamos permanentemente em busca de maneiras de aproximações, sofremos esta fragmentação – social – que o estilo contemporâneo de vida nos impõe.
É neste sentido que muitos de nós, educadores, valorizamos o exercício do teatro que, ao ser realizado em grupo, exige dos participantes a tolerância e o sentimento de comunhão, de modo a reviver, mesmo que como jogo, a experiência de pertencer a uma pequena comunidade: o grupo de trabalho.

Referências

FOUCAUTL, M. O que são as Luzes? Trad. Elisa Monteiro. In FOUCAULT, M. Ditos e Escritos II. DA MOTTA, M.B. (org.). Arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000. DE CERTEAU, M. Cultura no Plural. Trad. Enid A. Dobránszky. 3ªed., Campinas: Papirus, 2003, p.114-5 – (Col. Travessia do século).

DE CERTEAU, M. A Cultura no Plural. Trad. Enid A. Dobránszky. 3ªed., Campinas: Papirus, 2003 – (Col. Travessia do século).

GUÉNOUN, D. O Teatro é necessário? Trad. Fátima Saadi. São Paulo: Perspectiva, 2004 – (Col. Debates 298).

Publicado
2018-04-27