École des Sables: um espaço que transgride o engajamento, ensino e resistência das danças negras

Resumo

O artigo trata da experiência transatlântica vivenciada em 2015, quando participei do Estágio Internacional em Danças Africanas Tradicionais e Contemporâneas do Senegal, realizado na École Des Sables. Um centro de treinamento, localizado num vilarejo de pescadores em Toubab Dialaw, situado ao sul de Dakar. Além do cotidiano dançante da escola, a experiência de dançar na areia foi única e serviu substancialmente para transformar meu olhar sobre a dança e o corpo que dança, por ser uma instituição que promove a descolonização do movimento, através da proposta transgressora de ensino de dança criada e desenvolvida por Germaine Acogny.

Biografia do Autor

Fernanda Machado Dias, Universidade Estadual do Rio de Janeiro
Atriz, artista e pesquisadora das danças negras brasileiras e africanas. Douroranda em Artes pela UERJ e mestrabda na UNIRIO é também artista fundadora de Os Ciclomáticos Cisa de Teatro desde 1998 e do Coletivo Negraação desde 2016.

Referências

ACOGNY, Patrick. As Danças Negras ou as Veleidades para uma Redefinição das Práticas das Danças da África. Rebento, São Paulo, n. 6, p. 131-156, maio 2017.

BUENO, Winnie. Imagens de Controle. Um conceito do pensamento de Patricia Hill Coliins. Ed. Zouk, 1°edição, 2020.

CONCEIÇÃO, Osvanilon de Jesus. Rituais e linguagens da cena, Trajetórias e pesquisas sobre Corpo e Ancestralidade. Inaicyra Falcão dos Santos, Gustavo Côrtes e Marina Baruco Machado Andraus (orgs.) Editora CRV Brasil, 2012.

GERMAINE, Calais Blandine. Anatomia do Movimento Vol.1 Introdução à análise das técnicas corporais. Ed. Manole Ltda. 1991.

FERRAZ, Fernando Marques Camargo. O corpo da dança negra contemporânea: diáspora e pluralidades cênicas entre Brasil e Estados Unidos. 2017. Tese (Doutorado em Artes) - Instituto de Artes da Universidade Paulista de São Paulo (IA/UNESP-SP).

FERRAZ, Fernando Marques Camargo. Negritude na diáspora: Quantas danças cabem num conceito In: Anais do III encontro científico nacional de pesquisadores em dança, maio, 2013.

HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir. A educação como prática da liberdade. Tradução Marcelo Brandão Cipolla.Ed.WMF Martins Fontes, São Paulo, 2013.

KLEIN, Gabriele. Trabalho artístico como prática de tradução no mercado de arte global: o exemplo da dançarina e coreógrafa “africana” Germaine Acogny. Sala Preta, Vol. 19, n.2, 2019

LOUPPE, Laurence. Poética da Dança Contemporânea.Ed. Orfeu Negro, 2012.

MELGAÇO, Paulo da Silva Junior. Mercedes Batista, A criação da identidade negra na dança, Rio de Janeiro, Fundação Palmares, 2007.

MONTEIRO, Marianna F. M. Uma dança moderna brasileira. HÚMOS. Ed. Maíra Spanghero. 1° edição. RS. Organização Sigrid Nora. 2011.

OLIVEIRA, Mayabel Sulamita. O negro é rei: 1° Festival Mundial de Artes Negras em Dacar, 1966. FGV, Sistemas de biblioteca, v.12, n.19, 2020.

PETIT, Sandra Haydée. Pretagogia. Pertencimento. Corpo-Dança Afroancestral e Tradição Oral Africana na Formação de Professores e Professoras. 1°ed. Fortaleza, CE, 2015.

SANTOS, Inaicyra Falcão dos. Corpo e Ancestralidade. Uma proposta pluricultural da dança-arte-educação. 3°edição. Salvador Bahia, Terceira Margem, 2014.

SAADA, Jeanne Favret. Ser Afetado. Cadernos de campo. N°13, 2005.

Publicado
2021-12-16
Seção
O Afro nas Artes Cênicas: performances afro diaspóricas em uma perspectiva de decolonização