Das condições do repertório das companhias teatrais profissionais elisabetanas

  • Aline Castaman
  • Clóvis Dias Massa

Resumo

Se pudéssemos apontar um dos motivos que definiram o modo de preparação
do espetáculo elisabetano e que, consequentemente, refletiu diretamente sobre o
tempo de estudo dos atores, na preparação de seus papeis e no modo de
representá-los, as condições do repertório seria o mais proeminente. Enquanto os
atores de nosso tempo dispõem de semanas, meses ou até anos de treinamento e
ensaio antes de encenar um espetáculo, os atores das companhias profissionais
elisabetanas contavam com um tempo impressionantemente restrito. O recente
estudo discorre sobre o momento que antecede a realização do espetáculo e da
ocorrência ou não de ensaios coletivos, encontros entre os atores, reuniões ou
leituras coletivas. Os pensamentos de teóricos como Bernard Beckerman, Andrew
Gurr, Tiffany Stern e John Astington, a respeito do modo de preparação dos atores
profissionais elisabetanos entre os anos de 1570 a 1642, apontam direções
consistentes para analisarmos se havia ou não a existência de procedimentos
utilizados pelos atores no que concerne à preparação de seus papeis, pois são elas
que ditam o modo como as companhias se adequavam ao sistema de repertório.