Encenação como dispositivo de jogo: uma relação com o espectador
Resumo
Esta comunicação pretende analisar duas manifestações cênicas apresentadas em São Paulo, que colocam em primeiro plano a discussão sobre a mobilidade urbana: O farol – uma contemplação da velocidade, de OPOVOEMPÉ, e Estrada do Sul, do Grupo XIX de Teatro. Ambas se caracterizam pela ocupação do espaço público, situando-se na fronteira entre arte e realidade e entre teatro e performance. Além disso, cada uma delas incorpora, a seu modo, o espectador como elemento constituinte do acontecimento, transformando-o no princípio ativo da ação.O interesse da pesquisa se volta para as proposições articuladas pelos artistas, que criam dispositivos de jogo específicos, colocando o espectador no centro do acontecimento. Cada encenação estrutura uma relação específica com o espectador, como se produzisse um “modo de usar” especialmente pensado para ela.
Referências
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