Um fazer artístico afro diaspórico a partir da contação de histórias de Orixás
Resumo
Essa escrita reflete alguns trajetos teórico-metodológicos em curso, por ocasião da dissertação em andamento junto ao Mestrado em Artes Cênicas da UFRN. Propõe-se aprofundar um recorte de um dos eixos a serem abordados na pesquisa, ao contemplar a performance de contar histórias, em uma perspectiva africana, a partir do universo dos deuses orixás. Neste sentido, dialoga com autores como Isac Bernat (2013), que desvenda ensinamentos do griot africano Sotigui Kouyaté e Ligiéro (2011), que propõe estudo das performances afro-brasileiras. Ambos autores abordam estas perspectivas em contextos artísticos; J.Vansina (2010) e A. Hampaté Bâ (2010), dão ênfase às tradições orais africanas; e Prandi (2001), apresenta os mitos africanos dos orixás. A partir deste diálogo busca-se configurar um modo de fazer artístico afro diaspórico conectado com a ancestralidade negra, ao proporcionar um olhar aguçado sobre o atual cenário das africanidades. Neste sentido, pretende-se contribuir para dar visibilidade analítica às práticas artístico-pedagógicas das culturas negras no campo do conhecimento das Artes Cênicas.
Referências
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