Strindberg e o Drama Autobiográfico
Resumo
O presente estudo é um recorte da pesquisa de doutorado desenvolvida na Universidade Federal da Bahia, intitulada “O Teatro Íntimo de Strindberg: autoficcionalidade e inconsciente na dramaturgia do eu”. Partindo desta perspectiva, pretende-se investigar, ao longo desse trabalho, os aspectos biográficos abordados nos textos dramáticos do autor sueco August Strindberg (1849-1912) relacionando-os às teorias acerca da autobiografia e da autoficcionalidade na contemporaneidade. O dramaturgo, conhecido pelo teor intimista explorado nos romances e nos dramas, participou de uma verdadeira transformação das estruturas dramáticas, seja de ordem formal e de conteúdo, no final do século XIX e início do século XX. Assim, autores como Peter Szondi (2001) e Jean-Pierre Sarrazac (2012) destacam a importância de Strindberg no desenvolvimento de uma linha dramática conhecida pelo cunho psicológico, incorporando aos seus escritos elementos provindos da própria vivência. A “dramaturgia do eu”, linha dramática conhecida pelo foco nas questões relacionadas à subjetividade das personagens, põe o indivíduo e seus questionamentos no centro do debate. Sendo assim, o interesse desse estudo é analisar as estruturas que levam uma obra a ser denominada de autobiográfica e como isso é identificado na escrita dramática de Strindberg.Referências
ARFUCH, Leonor. O Espaço Biográfico: dilemas da subjetividade
contemporânea. Tradução Paloma Vidal. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2010.
LEJEUNE, Philippe. O pacto autobiográfico: de Rousseau à Internet. Belo
Horizonte: Editora UFMG, 2008.
SARRAZAC, Jean-Pierre. Sobre a fábula e o desvio. Org. e Trad. Fátima
Saadi. Rio de Janeiro: 7Letras: Teatro do Pequeno Gesto, 2013.
SZONDI, Peter. Teoria do drama moderno [1880-1950]. Tradução Luiz Sérgio
Repa. São Paulo: Cosac & Naify, 2001.
Publicado
2018-08-15
Seção
Dramaturgia, Tradição e Contemporaneidade