Memória e Autobiografia na Composição da Cena
Resumo
Nesta comunicação apresentarei as questões norteadoras de minha tese de doutorado, na qual refleti sobre a importância da memória pessoal e coletiva para a criação artística. Para tanto, parti de minhas experiências como atrizperformer-pesquisadora-docente, centrando a observação em processos que trabalham na intersecção entre vida e arte, entre memória e ficção para a composição da cena. A memória é aqui pensada em sua relação estreita com experiência, autobiografia e criação na contemporaneidade. Por isso, direcionei meu olhar para artistas contemporâneos que trabalham com a memória pessoal como procedimento artístico. Vejo o trabalho criativo a partir da memória pessoal como procedimentos que colaboram para outras possibilidades dramatúrgicas e coreográficas que tentam criar contradiscursos à lógica dominante.Referências
BERGSON, Henri. Matéria e memória: ensaio sobre a relação do corpo com o espírito. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
CARLSON, Marvin. Performance: uma introdução crítica. Tradução de Thaís Flores Nogueira Diniz e Maria Antonieta Pereira. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.
CLIFFORD, James. A experiência etnográfica: antropologia e literatura no
século XX. José Reginaldo Santos Gonçalves (Org.). Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2002.
DIÉGUEZ, Ileana. “Atravesando los marcos escénicos: contaminaciones y liminalidades”. Repertório: Teatro e Dança. Salvador, Ano 13, n. 14, pp. 20-29, Jul. de 2010.
FONTIN, Sylvie. “Contribuições possíveis da etnografia e da
autoetnografia para a pesquisa na prática artística”. Revista Cena, Porto
Alegre, n. 7, pp. 77-88, 2010.
FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes,
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. Tradução de Beatriz Sidou. São Paulo: Centauro, 2006.
LARROSA, Jorge. “Experiência e paixão”. In: Linguagem e educação depois de Babel. Tradução de Cynthia Farina. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2004. pp. 151-165.
LEHMANN, Hans-Thies. “Teatro pós-dramático e teatro político”. Sala Preta. São Paulo, n. 3, pp. 9-19, 2003.
NESS, Sally Ann. “Dancing in the Field: notes from memory”. In: FOSTER,
Susan Leigh (Ed.). Corporealities: dancing, knowledge, culture and Power.
London; New York: Routlegde, 1996. pp. 129-154.
PASSOS, Fernando. What a drag! Etnografia, desempenho e transformismo. Orientador: Profª. Drª. Susana Martins. 2004. 212f. Tese (Doutorado em Artes Cênicas) – Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, UFBA, Salvador, 2004.
PHELAN, Peggy. “Trisha Brown’s Orfeo: two takes on double endings”. In:
LEPECKI (Ed.). Of the presence of the body: essays on dance and
performance theory. Middletown: Wesleyan University Press, 2004. pp. 13-28.
SCHECHNER, Richard. “O que é performance?”. O Percevejo. Rio de
Janeiro, ano 11, n. 12, pp. 25-40, 2003.
TAYLOR, Diana. “Hasta una definición de performance”. Tradução de
Marcela Fuentes. O Percevejo. Rio de Janeiro, ano 11, n. 12, pp. 17-24, 2003.
TURNER, Victor. From ritual to theatre: the human seriousness of play. New York: PAJ Publications, 1982.
VERSIANI, Daniela Beccaccia. Autoetnografias: conceitos alternativos em construção. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2005.