Produtores, músicos e aficionados: o caso da gravadora independente Som da Gente
Resumo
O selo independente Som da Gente, ativo entre os anos de 1981 e 1992, foi criado e gerenciado pelo casal de compositores Walter Santos e Teresa Souza. A empresa produziu, ao todo, 46 fonogramas exclusivamente instrumentais, que representam uma parte bastante significativa dos discos deste gênero, lançados naquele período. Algumas singularidades observadas na sua trajetória decorreram do fato de os executivos dessa pequena gravadora serem, ao mesmo tempo, músicos e aficionados pelo gênero musical que produziam: de modo especial a criação de um catálogo de caráter bastante diferenciado, em relação às tendências dominantes no mercado fonográfico dos anos 80; ao mesmo tempo, o enfrentamento de sérias dificuldades na dimensão propriamente empresarial da experiência, num contexto de expansão do mercado de discos e de domínio crescente desse mercado pelas grandes gravadoras.A presente comunicação propõe uma análise do quadro acima esboçado através da utilização de conceitos dos sociólogos Max Weber – especialmente as noções de ação racional com respeito a fins e ação racional com respeito a valores –, e Pierre Bourdieu – no que se refere às hierarquias de legitimidade e às estratégias de legitimação engendradas pelos agentes.Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
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