O que pode um homem, branco, heterossexual dizer?
Resumo
A partir da montagem da cena Território Universal (Espere o Calorão Passar) e da performance Lama, uma performance, ambas criadas em 2017, e dos questionamentos advindos durante o processo de montagem e das apresentações das mesmas, este artigo apresenta reflexões sobre a questão do meu lugar de fala enquanto homem, branco e heterossexual, pensando não só o lugar de fala (baseando-me em Linda Alcoff, Patricia Collins, Djamila Ribeiro) mas a (im)possibilidade de falar pelo outro (Gayatri Spivak).
Referências
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