Artista enquanto curador: das convergências e dissoluções entre práticas artísticas e curatoriais

  • Francisco Dalcol - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Resumo

O artigo parte do modelo curatorial da 33ª Bienal de São Paulo, no qual artistas-curadores assumiram a responsabilidade pelas escolhas e decisões que guiaram o processo de concepção e organização das mostras coletivas que compuseram o conjunto expositivo. Ao analisar a intenção do curador-chefe, Gabriel Pérez-Barreiro, de colocar em discussão os modelos de curadorias centralizados na figura do curador e estruturadas como arranjos temáticos de obras, argumenta-se que a opção por artistas-curadores implica em um inevitável tensionamento quanto às funções tanto dos curadores como dos artistas na organização de uma grande exposição. Tendo em conta essas questões, são mobilizados antecedentes históricos e referenciais teóricos que ajudam a melhor delinear e compreender a problemática em torno das convergências entre práticas artísticas e curatoriais, com especial atenção às dissoluções de categorias e às trocas de papéis. A discussão sobre as possíveis equivalências de práticas e os conflitos de autorias aponta para questões em torno da “curatorialização” de procedimentos artísticos em âmbito institucional.

Publicado
2019-01-20
Seção
Ex-posições/33ª Bienal de São Paulo