Nós não sabíamos: um percurso sobre fotografias, arquivo e violência na arte

  • Melissa Rocha - Universidade Federal de Minas Gerais

Resumo

O governo ditatorial brasileiro e seus órgãos subordinados de controle, enquanto autoridade gestora, produziu ao longo do século XX um acervo significativo de documentos diversos que comprovam e ilustram as atrocidades perpetradas contra os inimigos do regime ou de seus interesses. Neste pequeno compilado de registros das barbáries que permearam as últimas décadas, este ensaio constrói através da fotografia, do arquivo e da arte contemporânea, um trajeto referencial imagético que evidencia, pelo viés do testemunho documental e poético da história, os rastros de violência e dominação característicos dos mecanismos de poder. A memória e o esquecimento erigem dialeticamente um horizonte ideológico, do qual apenas o que é selecionado pelas esferas gestoras da política e da informação permanecerá e será lembrado. Ao mesmo tempo em que silenciará o acervo que se refere à margem, que se manterá subterrâneo, selando sua condição subalterna.

Publicado
2020-01-18
Seção
Artigos - Colaborações